quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Jeremiar


1995 foi um ano difícil, a minha cunhada traiu o meu irmão
com o visinho, fiquei muito abalado, pois ela era da igreja e isso
foi horrível. Neste mesmo ano meu pai operou da próstata e tivemos
uma briga  em que eu fui agredido, fiquei muito deprimido e parei de ir as
aulas por uma semana, eu não ia mais estudar aquele ano, porém recebi ajuda
para voltar e voltei e me formei naquele ano. 1996 foi o ano da continuação:
eu estava muito deprimido, e queria me casar para sair da casa do meu pai, ter a
minha própria família, neste ano eu me interessei por uma garota filha de uma
aluna de violão, mas não deu certo, porém, me ajudou a conhecer 
Matilde dos Santos de Guaraçaí, foi uma excelente amiga, mas eu
queria mais e claro não deu certo, talvez não haja nada mais desanimador
 do que um não então fiquei mais deprimido ainda, ouvindo alguns cassetes do
 Cid Moreira me interessei por salmos e resolvi escrever algo parecido
 “descobri no dicionário a palavra Sálmico” então comecei a escrever
 sálmicos.escrevi dezenas  (aqui está o Sálmico nº 7)



Sálmico 7


     Se eu pudesse me esconder no fundo do mar até que passasse este vento forte esconderia.
     São muitas as tristezas do dia. A constelação de escorpião está a SE (sudeste) e quando a SW (sul do oeste) sorri.
     Como posso me esconder das  agruras da alma? Está vindo o inverno e os meus ossos estão cançados. Se eu pudesse dormir como os ursos e acordar na primavera o faria.
     Por que a dor insiste em conviver comigo?  Estou tão triste que a congregação não viu o meu pé hoje.  Muitos alegres cantam e sorrindo saltam como bezerros no cevadouro, eu, porém, olho como quem mórbido, assiste seus filhos contarem seus bens.
     A nostalgia consome o exilado que mais nauta do que nálfrago espera sem consolo a chamada de volta.
     Quero sorrir, contudo me mostram desolação e consternado volto a chorar.
     Já não penteio meus cabelos e displicente olho as crianças bricarem à frente de casa. Como quem é desleixado me tornei feio e muitos não me ajudam a voltar, realmente eles me fazem chorar.
     Quero sair da casa de meu pai, entretanto estou preso aqui.     
     Deus me disse: -Eu te recolho. Eu disse: me dê uma casinha. O Senhor não me recolheu e nem me deu  a casa.
     Muito me arrependo de estar aqui, sou triste e melancólico, as reminiscências e as lamúrias são constante como as ondas do mar. O sol brilha o dia inteiro e a lua prateia o céu. Eu não vejo beleza no belo e nem graça no gracioso, sou um morto vivo. E ainda não encontrei comigo mesmo! (acrescentado em 06/01/2011)
     Sei que está perto o dia da minha vitória e claro que  ela vem do meu Deus.
     Louvarei o Deus da minha salvação, e aqueles que me odeião, verão envergonhados que Deus me ajuda.
     Deus está comigo, e eu o louvo. Do Senhor vem a vitória e o sorriso, não decerei abatido à sepultura, terei filhos chorando por mim, porquê o Senhor é bom.
     Saiba Senhora que Deus nunca rejeita aqueles que ele chamou.
     Verei com alegria as promessas de Deus cumpridas na minha vida e aí chorarei com som alegre. O Deus que reina desde a eternidade me ajuda. Sei que sou vencedor!
     Não posso fugir das angustias, mas posso me alegrar nas promessas de Deus.
     Que mal é esse que os homens sofrem? Por acaso não é a falta de esperança e fé em Deus? Sei que Deus me dará alegria.
     Estou triste, mas não sou assim o dia todo, ora estou alegre, ora triste.
     Deus me dará a bênção que tenho buscado, ele prometeu.
     Saibam vocês que Deus é bom e ajuda ao necessitado, ele sempre cumpre as suas promessas e é fiel eternamente. 
Louvem a Deus!
  N E.N
 26/04/1997